quarta-feira, 26 de agosto de 2015

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Eu sei, é difícil, nunca foi fácil discernir o que é de verdade do que é de sentir…

É que eu já vi a morte desabar tantas vezes que, às vezes, amar não me parece tão ruim assim. É que eu já vi o amor desabar tantas vezes que, às vezes, morrer não me padece tão ruim assim.

Acredito ter visto, no meio de tantos escombros, meus ombros, seus olhos, meus poemas, suas coxas, meus problemas, seus cílios, nossos filhos (que filhos?), nossas contas, nossos contos e os ossos, teimosos!, das nossas alegrias. Ouça: a dobra do seu sorriso ainda me ri: “desdobre-se, meu amor, desdobre-se na morte para me reconstruir longe daqui, perto de ti, em mim”.

Eu me chamo Antônio 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Hoffmann;

nesse big bang
tantas cores e sabores
mil cheiros e temperos,
um só
contato incandescente
por duas almas,
por nós. dois.
essa respiração
adeus concentração
minha inspiração
muso anti-herói
sentimento
dos melhores
em socorro
dominical
permanece
livre-mente

crooked;

você, imã
atrai, retrai
repele, tua-minha pele
dourado, fervente

olhares falantes

silêncios precisos
detalhes dia-a-dia

abismo

             incerto
                          de certo
                                         era você
me joguei, aprofundei
senti, apreendi

buraco negro, seus olhos

o tempo congela
no toque
aquece, esquece
envolve, devolve
em paz, nessa paz

pois, veja bem,

nessa solitude
eu gosto de você.