Eu sei, é difícil, nunca foi fácil discernir o que é de verdade do que é de sentir…
É que eu já vi a morte desabar tantas vezes que, às vezes, amar não me parece tão ruim assim. É que eu já vi o amor desabar tantas vezes que, às vezes, morrer não me padece tão ruim assim.
Acredito ter visto, no meio de tantos escombros, meus ombros, seus olhos, meus poemas, suas coxas, meus problemas, seus cílios, nossos filhos (que filhos?), nossas contas, nossos contos e os ossos, teimosos!, das nossas alegrias. Ouça: a dobra do seu sorriso ainda me ri: “desdobre-se, meu amor, desdobre-se na morte para me reconstruir longe daqui, perto de ti, em mim”.
Eu me chamo Antônio